Venezuela

Unasul analisa <br> golpe que prossegue

A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) reuniu, ontem, no Chile, para discutir a situação na Venezuela, onde grupos fascistas continuam a desestabilização política. O encontro ocorre depois de uma reunião da Organização de Estados Americanos na qual os países da ALBA garantiram a aprovação de uma resolução que saúda os esforços do governo liderado por Nicolás Maduro na busca da paz. Contra o texto votaram apenas o Canadá, os EUA (que a Venezuela acusa de estarem por trás dos intentos golpistas financiando mais de 100 ONG) e o Panamá, com quem Caracas rompeu relações justamente por o país tentar usar a OEA como arma contra a República Bolivariana.

No território prossegue o combate à violência. Ainda esta segunda-feira, o ministro do Interior, Justiça e Paz revelou que elementos de bandos detidos confessaram que recebem cinco mil bolívares para realizarem os bloqueios de estradas e as acções de destruição de edifícios públicos. Vandalismo como o registado, por estes dias, por exemplo na área metropolitana de Caracas e nos bairros da capital habitados pela burguesia (em Altamira, o desmantelamento pelas autoridades de uma estrutura de apoio aos «protestos» desvendou diverso material de arremesso) contra infra-estruras de transportes; nos estados de Tachira e Caraboro contra instituições públicas e membros da Guarda Nacional, ou em Valência contra um camião com géneros alimentares.

Henrique Capriles e a Mesa de Unidade Democrática (MUD) convocaram para o Dia Internacional da Mulher concentrações de panelas vazias, mas não repudiaram a sabotagem e destruição de supermercados que agravam a escassez. Entre a oposição há quem discorde. Caso de três deputados do partido Um Novo Tempo, integrante da MUD, que abandonaram a organização em protesto pela recusa desta em aderir às conferências de paz.

«Oitenta e dois diários da América publicam diariamente uma página contra a Venezuela», afirmou a semana passada Nicolás Maduro, presidente que se desdobra em acções de massas ocultadas pelos media dominantes, como a realizada, sábado, por milhares de mulheres, domingo por dirigentes e activistas das comunas, ou segunda-feira por profissionais da Saúde, esta última bem maior do que uma outra, paralela e amplamente divulgada na comunicação social, de médicos contra a degradação dos serviços no país.

No domingo, Maduro chamou ao aprofundamento das comunas e lembrou que esse foi um legado de Hugo Chávez que floresce enquanto «um grupo se dedica à guerra económica e à violência».

O primeiro aniversário da morte de Chávez foi assinalado, quarta-feira, 5, na presença dos presidentes de Cuba, Bolívia e Nicarágua e Suriname, e, entre outras, de altas delegações do Brasil, Equador, Argentina, Haiti, Irão ou Palestina.

Um desfile cívico-militar realizou-se em Caracas depois de Maduro reiterar que a Venezuela prossegue o caminho anti-imperialista, soberano e de justiça social iniciado com Chávez. Uma opção com sólido apoio como mostra a multidão presente na iniciativa.



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